Percebe-se que com o
brincar, sendo ele usado para aprender ou só para brincar, os alunos criam
possibilidades de cooperarem entre eles, fazendo um exercício de convivência,
afetividade e cumplicidade ao brincarem, demonstraram que todos puderam
participar, sem discriminação. Outro importante aspecto do brincar na escola,
seja na educação infantil ou em qualquer série, é que quando algum aluno não
consegue realizar alguma atividade da brincadeira seus colegas o auxiliam, como
nas brincadeiras de cantigas de roda (ovo podre, passa anel, o limão entrou na
roda) tornando o brincar muitas vezes coletivo e cooperativo. Observa-se que
com o brincar também a utilização da comunicação, tanto verbal quanto de
movimento, criação do imaginário e para organização das brincadeiras (brincar
de casinha, onde as crianças criam suas regras “familiares” muitas vezes
copiadas das suas famílias). A concentração da criança não
vem da quietude, sala silenciosa nem sempre significa aprendizagem. Ou seja, nas
brincadeiras há muitas vozes e muitas vezes na brincadeira a criança se torna
ela de fato, pode se fantasiar do que deseja. E defender o brincar na sala de
aula, não é ser negligente com o aprender, como diz Tânia Fortuna:
“Tais
limites contribuem para a construção do senso de realidade nos processos de
subjetivação. Mas a atividade lúdica é, ela mesma, pujante de situações em que
a realidade qualifica o brincar, ao opor resistência à fantasia, forçando a
busca de outros canais de realização. ”
Através do brincar na sala de aula,
podemos transformar muitas coisas, principalmente no comportamento das
crianças, que são imprescindíveis para que eles possam se respeitar e respeitar
as capacidades individuais dos colegas, como os jogos cooperativos como por
exemplo o “ZIP ZAP E ZUM”, fazendo com que a brincadeira além de ser divertida,
possibilita a interação e também faz com que eles se abram ao diálogo, escutem e experimentem
possibilidades diferentes de se movimentarem e assim (re)construir juntos
sentidos e significados que possivelmente levarão para suas vidas, constituindo-se
como indivíduos autônomos críticos e construtores de uma sociedade mais justa e
igualitária.
Portanto, acredito que o
brincar na educação infantil é fundamental para a ludicidade da infância e para
o imaginário da criança. Enriquecendo a
aprendizagem dentro da sala de aula nas séries futura e fazendo com que os
alunos mudem sua conduta, que muitas vezes é de exclusão e desigualdades, para
um agir cooperativo, re-significando assim sua formação, uma formação que
reflita e supere sobre as maneiras tradicionais de utilização de brincadeiras em
práticas educativas. Por fim, saliento que brincadeiras usadas como recurso
didático contribuem na formação social dos alunos, sabendo que o mais
importante é aprender com os outros e não contra os outros, contribuindo para
sua formação social e cidadã.