A
linguagem é o maior recurso de interação que vamos ter na vida. É o que nos
empodera e nos torna seres inteligentes. Por isso cada pessoa depende da
linguagem para viver em sociedade, pois ela é a base da cultura e dificilmente
haveria civilização se não fosse o emprego da linguagem e o poder das palavras.
É através delas que influenciamos e provocamos as mudanças, quase sempre,
necessárias para construir uma vida melhor. Apesar de todo esse empoderamente
com a linguagem, os processos de aquisição desta linguagem para surdos são bem
diferentes, começando com a negação no início da infância do aprendizado de
libras. A criança surda não encontra facilmente uma escola que tenha libras
como língua no currículo, precisando deste modo ir para uma escola
especialista, não favorecendo deste modo uma interação maior com diferentes
pessoas. Tornando também o ensino de libras bastante exclusivo e até
excludente. Todos os surdos têm acesso? Não né. Crianças surdas com pais
surdos, tem mais possibilidade por ter o contato com a linguagem desde cedo,
tornando esse aprendizado pleno e autentico, fazendo com que está criança
alcance os patamares do desenvolvimento como qualquer criança ouvinte. Já os
que não tem acesso desde cedo, estabelecem formas de comunicações não formais,
para se fazerem entender, mas se tornam muitas vezes excluídos da sociedade,
pois não utilizam a linguagem conhecida. “Verifica-se
que a Língua de Sinais é utilizada muito mais como um instrumento a fim de
ensinar a Língua Portuguesa, que possui prestígio e goza de reconhecimento
social dentre os professores que, em sua grande maioria, não possuem fluência
em Libras e, tampouco, qualificação metodológica voltada ao ensino de alunos
surdos. Em decorrência deste contexto, perde-se a expectativa de excelência que
deveria pautar a proposta bilíngue de ensino, também prevista em lei, para os
sujeitos surdos...”. Por isso é fundamental para que nós professores,
tenhamos essa formação e esse ensino, para estarmos mais preparadas para
receber crianças não ouvintes e faze-la se inserir nesse mundo de forma satisfatória.
Pode ser utopia devido a todas as mazelas de governo que a educação tem
sofrido, mas não podemos deixar de tentar e de acreditar né? Quem pode mudar o
mundo? Nós mesmos. A escola não pode continuar sendo esse espaço de exclusão,
precisa começar a ser o espaço democrático, onde todos possam se inserir e
serem aceitos e qualificados da forma que são. A escola precisa ser o agente
transformador desta sociedade e não só o coadjuvante. E os professores são os
protagonistas desta transformação.
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