terça-feira, 27 de outubro de 2015

Infância e pós-modernidade!

Percebe-se que o termo pós-moderno possui muitas definições e diferentes posicionamento dos autores e desacordos também. Penso que poderíamos definir como contemporaneidade, inicialmente. Sendo também uma ruptura com a modernidade em função do prefixo pós. Podemos destacar também o fortalecimento de um mundo homogeneizado, numa visão marxista. Lyotard, acredita que a experiência da pós-modernidade decorreria da perda de nossas crenças e visões totalizantes da história. Já Lipovetsky supõe que o termo “pós-moderno” entrou em voga e que hoje e a sociedade está em transição para “os tempos hipermodernos” e já vê que o homem hipermoderno está fragilizado pelo medo de uma era de exageros, consumismo e individualismo. Ao passo que Bauman tenta esclarecer a uma confusão semântica, entre o pós-modernismo e o pós-modernidade. O primeiro seria uma forma de ver o mundo e o outro se refere a uma sociedade, uma condição humana. E Bauman mesmo, cria o termo “Modernidade Liquida”, onde fala sobre a passagem da modernidade Sólida para Modernidade Líquida. Pois estamos numa época que nada é mais sólido, as coisas deixaram de serem rígidas e sofrem pressão para moldar-se a novas formas, que veem de encontro com a nova sociedade, onde as coisas se movem com mais facilidade e há uma extraordinária mobilidade, onde a liquidez se faz associação com a leveza. E o que acontece no mundo contemporâneo é o “derretimento” dos sólidos, da solidez das próprias forças que pretendiam gerar e manter a ordem e esse “derretimento” não se transforma em algo sólido e sim em estado fluido. “Tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas”.


Do ponto de vista desta nova sociedade, percebe-se a influência da mídia nos sujeitos, principalmente nas crianças que ainda não formaram todo seu pensamento crítico com as coisas, a mídia tem sido uma das principais produtoras das representações que compartilhamos principalmente o vicio do smartphone, não querendo dizer que é uma representação negativa, mas para ver como as coisas já estão deixando de serem sólidas pois já não importa mais, segundo o texto, expor fortuna e sim parecer jovem e realçar beleza. E nossas casas são bombardeadas a todo tempo através da mídia com padrões de beleza impostos e por isso acabamos nos exigindo para atingirmos esse objetivo do “ideal”, consumindo coisas que a mídia nos vende. E nossa cultura está dominada por imagens onde a mídia tem o papel principal para se criar um universo de ilusão. Penso que as redes sociais são um exemplo forte do “mundo irreal”, onde todos querem ser lindos, maravilhosos e felizes. E as crianças são as que mais sofrem com essa sociedade consumista, seja positivamente ou negativamente, atualmente as crianças necessitam estar sempre conectas para não perderem o que acontece, mesmo que sejam acontecimentos fugazes. Existe também a cobrança em cima dessa infância, onde não se pode de fato ser criança, já são mini adultos em formação e precisam de elementos para isso. Fora que esta criança, precisa estar o tempo todo consumindo informação, o cérebro acaba não descansando.  E isso é abusivo, pois influencia até na relação com os pais, pois elas se tornam distantes da vida real para se tornarem “bonecos infláveis” da vida de ilusão.  Pois, “tudo que é sólido se desfaz no ar”.


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