Ao ler o texto do Giroux[1],
percebemos que a alfabetização está muito ligada ao empowerment político, que é aquele neologismo
criado por Freire, que enfatiza o ato ou efeito de promover a conscientização e
tomada de poder de uma pessoa ou grupo social, o chamado empoderamento que
deriva desse termo inglês.
E a alfabetização é isso, é
um empoderamente de uma classe a muito dominada pela classe dominante, sendo a
educação um ato político. Assim como afirma Gramsci, que encarou a
alfabetização como uma prática social. E ela é, pois através da alfabetização,
os sujeitos se tornam sujeitos letrados e isso faz com que as pessoas possam
participam da compreensão e da transformação da sua sociedade, como nos traz
Giroux.
Definir
alfabetização no sentido freiriano, como leitura do mundo e da palavra, é
analisar a produção do conhecimento e da construção das subjetividades de
alunos e professores em seus próprios mundos. A ideia de que o conhecimento não
se pode construir fora do embate pedagógico perde-se no pressuposto errôneo,
quando da noção da teoria crítica da educação ou é subteorizada ou esquecida,
uma vez que os alunos dão mais importância às próprias vidas e experiências.
E no
exemplo de professora que oferece aos alunos textos feministas, temos a
natureza da correção política e ideológica de sua posição, assumindo um
discurso autoritário e negando o questionamento e investigação do sexismo –
calando as vozes dos alunos. Deveria sobre o aspecto individual e social, introduzir
a linguagem do empowerment e da ética radical levando-os a pensar
sobre a vida em comunidade – projeto do possível. E cabe ao professor criar
condições de identificação e a problematização das maneiras contraditórias e
múltiplas que os alunos veem o mundo; os educadores críticos devem apresentar
capacidade tanto para ensinar quanto para aprender com outros; além das vozes
do professor, da escola e do aluno devem caminhar juntas estabelecendo base
para o desenvolvimento de alianças e projetos que geram dialogo e lutas
proporcionando que suas posições sejam ouvidas fora das salas de aula e na
comunidade mais ampla.
A alfabetização é um veiculo
ideológico, principalmente para os sujeitos marginalizados da nossa sociedade. A alfabetização dá voz a um povo calado!