Julia Varela e Alvarez-Uria
no texto “A Maquinaria Escolar”, capítulo inicial do livro “Arqueologia
da Escola”, ao fazer um estudo arqueológico do surgimento da escola enquanto
instituição, que coloca um contingente de indivíduos ocupando um mesmo
ambiente, e ao mesmo tempo compartimentando-os/as em salas de aula com
diferentes níveis, distribuindo saberes por idades, privando a troca de
conhecimento entre os sujeitos. Discutem este espaço como sendo fruto de uma
construção sócio-histórico-cultural, legitimadoras das relações de poder,
atuando como uma engendrada “maquinaria escolar”.
Existe uma grande
divergência histórica entre a escola ideal e a escola para os pobres,
apresentando vários desafios vivenciados pelos professores, pois cada situação
é peculiar e exige uma resposta, um posicionamento do professor, que atua
diretamente com alunos e pais e conhece de verdade a realidade dessas pessoas.
Não podemos querer ter uma escola democrática, sem chegar nesse sujeito e fazer
ele se sentir pertencente aquele espaço.
A educação é uma luta, uma
luta política e de dominação, muitas vezes as classes dominantes tendem
disfarcadamente impor essa dominação na classe trabalhadora e tendem a dominar
eles desde a infância, através da escola, que antigamente tinha como objetivo
só formar trabalhadores, atualmente nessa escola democrática, tentamos formar e
construir um sujeito pensante e critico, para atuar na sociedade, da forma que
quiser, sem oprimir nenhuma classe. A educação sempre foi um direito de todos,
mas de que forma?
Os alunos ainda estão enfileirados,
não trocando muitas experiências, muitas vezes sendo copistas de conteúdo sem
nem saber o que se trata, recebendo um currículo imposto, de uma gestão que não
tem autonomia dentro da sua própria escola, pois precisa seguir as demandas de
algo superior. A escola continua sendo conteudista e quer enquadrar os alunos
em caixas. Não se pratica mais castigos físicos, mas se pratica “rótulos” em
alunos que não se enquadram no que a escola deseja. Mesmo a sociedade estando
além dos problemas urbanas trazidos pela década de 20 e sendo uma sociedade
multicultural, a escola ainda permanece muito parecida com que era no passado.
A própria palavra do texto “maquinaria” se refere a maquinas que remete a
produção em série. Ou seja, alunos que
tem o mesmo padrão, evoluem na escola, alunos diferentes são rotulados e
permanecem repetindo e repetindo. A escola trata todos como se todos fossem
iguais.
Qual dos dois modelos
incomoda mais? Que versão combatemos como professores? Estamos tentando de fato mudar nossa escola?
Ótimas reflexões, muito bem embasadas teoricamente.
ResponderExcluirGosto muito de ler teus textos. As reflexões sobre as práticas precisam acompanhar as transformações históricas e sociais, bem como conhecer a trajetória da Educação.
Seguimos resistindo e lutando pela educação pública e de qualidade!
Att,
Katielle de Oliveira
Tutora de Seminário Integrador- Eixo VII- Turma E