terça-feira, 25 de outubro de 2016

Tempo!

O tempo de sala de aula deixa de ser aquele tempo de cumprir com as obrigações, de realizar atividades que se destinam a preencher a carga horária?  

Dia de Dobradura!

Na maioria das vezes o tempo dentro da escola não é só para cumprir com as obrigações, porque somos responsáveis para formar alunos críticos e para isso precisamos oportunizar momentos que vão além do conteúdo e carga horário. Na maioria das vezes tentamos construir junto com o aluno o saber e abrimos mão desse cronograma imposto. 

Diário da Frida que os alunos escrevem
com a família. 
Na minha sala de aula, por exemplo, o espaço do saber é estendido para casa, com os projetos da turma que percorrem as famílias, justamente para que as famílias tenham mais tempo útil com os alunos. Quando oportunizamos uma atividade não conteudista e priorizamos a bagagem do aluno e o que ele passa a construir coletivamente, deixamos de lado as obrigações. Entretanto poderia responder que não, que as aulas não deixam se usar o tempo para as obrigações, pois estamos num espaço que não é democrático, tendo em vista todas as cobranças que recebemos do Governo, das direções, das supervisões. O trabalho burocrático exige tempo e muitas vezes ele é só para cumprir algo, como por exemplo as aulas para recuperar greve, que acontecem aos sábados e não geralmente só servem para cumprir os dias letivos. Mas uma coisa é certa, precisamos de mais tempo, tempo para compreendermos as mudanças de sociedade, tempo para absorver a liquidez atual, tempo para relaxar a mente e o corpo para tantas afrontas que a educação vem sofrendo, tempo para aceitar que cada aluno é um aluno e não são todos iguais, tempo para abraçarmos nossa profissão e formarmos os futuros sujeitos atuantes da sociedade 

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Matemática!

Aluna do 3º ano B, com a capa do livro coletivo
Nosso papel como professores do ciclo de alfabetização é ALFABETIZAR e também letrar. Ou seja, formar alunos capazes de lerem o mundo, escreverem para o mundo, não só ler e escrever dentro da sala de aula e para mostrar para o professor. O aluno precisa se inserir na sociedade para participar dela de forma ativa, mas para isso não basta só ler e escrever, é preciso também ampliar seus conhecimentos e dominar outras áreas do ensino, como a matemática, por exemplo. Porque para ler o mundo é necessário também compreender os números e todo esse sistema que envolve a matemática. O aluno tem que ler o mundo, interpretar esse mundo, saber se comunicar com o mundo e usar seu raciocínio logico para enfrentar no dia a dia as demandas da vida.
Trabalhar com matemática na sala de aula envolve todo um trabalho interdisciplinar com a geografia, com a ciências da natureza e com a própria área de linguagem. 
Unir a matemática com a literatura, colocar conteúdos e conceitos em jogos pedagógicos e fazer experimentações, favorece deste modo ao aluno uma construção do saber muito mais globalizada e diversificada, tornando seu conhecimento muito mais amplo.

Integração teoria e prática de que trata a interdisciplinaridade refere-se à formação integral. O pensamento crítico desta discussão leva ao aprofundamento da compreensão sobre esta relação, pesquisadores a fazerem um pacto de silêncio em nome da própria sobrevivência]. Foi um tempo de silêncio [...]” (FAZENDA, 2008, p. 30).


Aluna 3º ano B,
com uma página do livro coletivo de multiplicação

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Gaiolas ou Asas?



Rubem Alves traduziu brilhantemente em palavras minha grande inquietação como professora.

Será que somos gaiolas ou asas?

Muitas vezes, penso que somos gaiolas. Gaiolas que não dão liberdade. Gaiolas que não oportunizam. Gaiolas que não valorizam. Gaiolas reprodutoras. Muitas vezes, nos tornamos gaiolas diante de tanto descaso ou por puro cansado, mas somos gaiolas. Vivemos dentro desses prédios de tijolos chamados de escolas que poderiam ser chamados de gaiolas e dentro dele acabamos enfileirando nossos pássaros, não criando oportunidade de crescimento pois estamos ali só reproduzindo o que já nos foi ensinando e o que nos cobram. Dentro dessas gaiolas temos obrigações, listas de regras e conteúdos a seguir, não podemos respirar ou cantar, as vezes só lamentamos. São tantas mazelas, são tantos pássaros enfileirados que parecem gaiolas de caixinhas, todos têm que possuir a mesma forma, senão acabam sendo depenados. Obrigamos nossos pássaros a ficarem 4 horas nessas gaiolinhas, sem fazê-los ver o mundo. 

Que triste realidade a nossa... Nossa gaiola.

Mas em outras tantas vezes, nos vejo como asas. ASAS. ASAS que batem livremente, que democraticamente escolhemos ser. Somos asas quanto assumimos as responsabilidades que nos pertencem e criamos. Somos asas quando damos oportunidades dos nossos pássaros serem livres e pensantes. Somos asas quando damos liberdade para percorrer o mundo, quando não engaiolamos e deixamos nossos pássaros cantarem livremente a melodia que desejarem, porque somos asas quando aceitamos a escolha do outro, entendemos e fazemos o melhor para esse pássaro atingir o melhor que ele pode. Somos asas quando entendemos que somos diferentes e iguais, porque devemos sempre dar as mãos e andar juntos, para cada vez mais sermos asas e acabarmos com as gaiolas.

Então, muitas vezes somos gaiolas, mas não podemos deixar nossas asas serem cortadas, elas precisam voar e quando isso acontecer com todos, as gaiolas vão deixar de existir.


Há esperanças…  

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Representação do mundo pelas Ciências Naturais

A aula de Representação do mundo pelas Ciências Naturais me instigou muito, porque sou muito resistente ao ensino de Ciências nas séries iniciais, principalmente no ciclo de alfabetização, por não me sentir preparada para essa disciplina. São muitas perguntas que muitas vezes não sei responder e acabamos ficando no ensino clichê de ciências: Lixo, separação de lixo, os 3Rs, animais e plantinhas. O que não é ruim, mas ao participar da aula no Pead, percebi que podemos ir além e podemos favorecer situações onde esse aprendizado ocorra de forma prazerosa.

Aluno 3º ano A
Então, saindo dos conteúdos clichês, fiz a experiência da Ilusão inversa com meus alunos de 3º ano.  Inicialmente falei para eles fazerem um desenho na folha e colocar atrás do copo com água e observei as reações. Eles perceberam que a imagem aumentou de tamanho e também muda de lado, inverte. Após a experiência, eles me questionaram muito sobre o porquê aconteceu essas situações com a imagem, me perguntaram se era mágica. Conversamos a respeito dos líquidos e da importância e para ampliar a aula pedi para que em casa, com o auxílio dos pais repetissem a experiência e pesquisassem sobre, para que na próxima aula conversássemos a respeito da experiência e dos motivos que a imagem aumentou e inverteu. Solicitei também que os alunos relatassem no caderno a experiência.  O que mais foi rico e me serviu de aprendizado desta aula, foi que podemos dar boas aulas de ciência e sair do esquema “feijãozinho no copinho” tão usual nos anos iniciais. Meus alunos, no decorrer da experiência, enriqueceram a aprendizagem de diversos modos, pois observaram a experiência, auxiliaram os colegas durante o experimento, praticaram a oralidade ao contar sobre a experiência para outras pessoas da escola, argumentaram comigo e com os colegas sobre os motivos dos fenômenos ocorrerem e relataram a experiência. Foi uma aula muito positiva! E segundo Zanon e Freitas (2007):

“Essas atividades, oportunizadas pelo professor e realizadas pelos alunos, têm como objetivo ir além da observação direta das evidências e da manipulação dos materiais de laboratórios: devem oferecer condições para que os alunos possam levantar e testar suas idéias e/ou suposições sobre os fenômenos científicos a que são expostos. ” 

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Ver e Olhar!

Inicialmente quando penso em ver e olhar, penso no gritante abismo que existe entre os dois. E nas minhas imagens, pode-se observar isso. 


Imagem 1


Na imagem 1, eu vejo. É uma imagem que carrega muitas mazelas que a educação vem sofrido cotidianamente nessa nossa sociedade atual. Pode-se observar a sala cheia, alunos enfileirados, atividades reprodutoras, crianças colocadas na mesma “caixa” de saber. Essa sala de aula não é uma sala de aula ideal, mas é uma sala de aula usual e comum no espaço dito democrático da escola. Eu, como professora, me sinto responsável por fazer diferente, por tentar criar um ambiente alfabetizador significativo para meus alunos, tento transformar esses “reprodutores” de conteúdo em alunos pensantes, mas o desafio é grande, pois o espaço é pequeno, a turma é numerosa, são muitos níveis de aprendizado. Ou seja, nem sempre é a sala de aula ideal, mas é a sala que todo os dias a gente tenta transformar.


Imagem 2

Já na imagem 2, podemos olhar. Sermos mais atentos! Temos uma fila mista, que veio através de um projeto sobre gênero e sexualidade. Olhamos alunos que não são separados por sexo, nem altura. Estão cada um no lugar que querem estar. Não são colocamos na mesma caixa. São respeitados, de forma igual. 

Imagem 3

O que fecha com a imagem 3, que foi feito em cima do mesmo projeto. Precisamos olhar, pois quando olhamos, nos tornamos protagonistas da ação. Quando olhamos nossos alunos, percebemos o quanto eles são os sujeito da sua história e essa construção ocorre diariamente naquela sala de aula nem sempre ideal. Mas olhamos e passamos a reconhecer esse sujeito nosso igual e saímos do “ego” do professor que é o que detém o saber e passamos a compartilhar esse saber e isso faz com que nossos alunos, passem a ser e não a só reproduzir.


domingo, 9 de outubro de 2016

Eixo IV



Eixo IV
Segundo semestre do ano de 2016.
Novas interdisciplinas.
Novas aprendizagens.
Nova construção de conhecimento.
Novas escritas.
Tudo novo de novo.

No mundo do saber todas as possibilidades são possíveis, pois estamos sempre em processo de construção desse saber. Escolhas são feitas no decorrer dessa construção, mas para isso precisamos estar sempre retomando esse processo de aprendizagem dentro da gente. Temos dois papéis, o papel de educador e o papel de aluno. Um se mistura com o outro, porque sabemos, como docentes estamos sempre aprendendo e como aluno estamos ensinando também. Quase como um jogo de reflexo, somos todos (e)feitos nessa construção.