domingo, 25 de junho de 2017

Entre Tarsila e Malala


Iniciei o projeto de aprendizagem com a minha turma de 5º ano, com base no interesse deles, que era saber sobre Tarsila do Amaral, já que tinha levado uma releitura dela na primeira semana de aula.
Os alunos fizeram o quadro de certezas e dúvidas, o mapa conceitual e uma pesquisa sobre a Tarsila, o grupo que pesquisou sobre as obras da Tarsila, trouxe para a turma a história do quadro ABAPORU e a turma fez em grupo algumas releituras, inclusive apresentaram para a outra turma de 5º ano, mas eu percebi que no meio do projeto eles já estavam desinteressados, não estavam mais com aquela “sede de saber” como no inicio e eu como professora não queria forçar a situação.




Um dia na biblioteca da escola, um aluno pegou o livro da Malala e começou a ler e os outros alunos se interessaram pela história e a partir dali todos queriam retirar o livro da Malala na biblioteca.
Com esse novo interesse, decidi mudar o projeto de aprendizagem, que deixou de ser sobre a Tarsila do Amaral e passou a ser sobre a Malala.
E nesse novo projeto, percebi que a turma teve um grande avanço de interesse na pesquisa. Eles realmente estavam interessados.
Tivemos o momento cinema, com o filme da Malala, fizemos um quadro de certezas e dúvidas,  trabalhamos com o mapa conceitual e agora a próxima etapa é estudar o direito das crianças.



Precisamos como professores, termos a consciência de como a turma está respondendo determinados conteúdos e etapas do plano de aula, às vezes uma mudança se faz necessário e muitas vezes ela acaba sendo mais rica e ampla. Ensinamos e aprendemos com nossos alunos! 




segunda-feira, 19 de junho de 2017

Gestão Democrática!



Pensando em gestão democrática e em todos os conceitos que envolve a educação , percebo que o foco de tudo deveria ser relações humanas, os sujeitos da aprendizagem, pois a escola e o Estado é formado por pessoas, porém as políticas, teoricamente defendem ideais que não são tão praticadas assim. A própria escola “dita” como espaço democrático, não é tão democrático assim, pois muitas vezes recebemos um currículo engessado pelos órgãos responsáveis pela educação e não podemos alterar quase nada.

Um exemplo disso:  

Uma das grandes questões da atualidade, o tema gênero e sexualidade, só podem ser debatidos e trabalhados em sala de aula, se alguma das leis da educação permitir o trabalho, ou seja, cadê a liberdade do professor e da escola?  A lei nos garantia, até haver um retrocesso com as novas mudanças e o termo ter sido retirado do Plano Nacional de Educação. E somente houve essa exclusão, pois a bancada religiosa alegava que o tema é assunto que deveria ser tratado pela família e não pela escola, ou seja, educar alunos para futuramente atuarem de forma não preconceituosa não é assunto da escola, segundo eles. O que a escola deve tratar mesmo? 



Sorte a nossa, no Rio Grande do Sul, que no Plano Estadual de Educação, nos garante esse trabalho, inclusive uma das estratégias é:
8.12 Promover condições, em regime de colaboração entre Seduc, Secretarias Municipais de Educação, instituições de ensino superior e mantenedoras de instituições privadas, à elaboração de propostas curriculares que incluam como temas transversais as questões de inclusão, direitos humanos, etnias, gênero e sexualidade, de modo a estimular as discussões sobre formas de superar as discriminações e os preconceitos;


E a educação de qualidade, defendida pela nossa LDB e como questiona Peroni, para quem é?  E está sendo executada por quem? Porque as políticas educacionais muitas vezes são feitas por pessoas que não tem vínculo direito com a educação e os próprios programas que são "imposto" pelo governo não são criados por pessoas diretas a educação, mas sim, uma forma de combater a defasagem dessa educação, porém sem nenhuma participação da elaboração dos mesmos pelos professores e gestores. Por isso é tão importante se ter implementado dentro das escolas uma gestão democrática, tornando o projeto político pedagógico algo que se possa usar de fato e não só de gaveta e um conselho escolar participativo e presente. Temos muito que mudar ainda nas escolas, porém precisamos continuar tentando ajustar essa gestão, com urgência. 

domingo, 18 de junho de 2017

LDBEN!



A LDB vem a ser a mais completa legislação em favor da educação já redigida e isso trouxe grandes avanços na educação e nos trouxe o FUNDEF, que é O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) foi instituído pela Emenda Constitucional nº 14, de setembro de 1996, e sua regulamentação está na Lei 9.424, de 24 de dezembro do mesmo ano, e no Decreto nº 2.264, de junho de 1997. Novas leis nos trouxeram o ENEN, o PROUNI, garantindo o acesso de todos tanto na educação básica, como na educação superior. Não é só mais uma pequena parcela que tem acesso a educação, com esses programas, todos tem acesso. Tornando possível, melhorar o analfabetismo e o acesso ao ensino superior, que antes era só acessível para a elite do país. Inclusive o artigo 3º da LDB nos diz:

Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

       I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
       II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
       III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
       IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
       V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
       VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
       VII - valorização do profissional da educação escolar;
       VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas         de ensino;
       IX - garantia de padrão de qualidade;
       X - valorização da experiência extra-escolar;
       XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
 Que nos deixa claro a importância do ensino de qualidade, com uma gestão democrática, com profissionais da educação valorizados, porém o que estamos vendo na atualidade nas escolas é uma lei que não está sendo cumprida pelo próprio Estado. Podemos destacar aqui a educação de qualidade, quanto sabemos que as escolas estão cada vez mais sucateadas, escolas precarizadas, turmas lotadas, falta de material pedagógico. Sem falar da não valorização do profissional de educação, que muitos não estão nem recebendo seus salários de forma integral.

Que tipo de educação é essa que o Estado quer?
Porque a LDB, que deveria ser a lei maior, não está sendo cumprida?
É utopia?


Sabemos que o fato da LBD não está sendo cumprida e que isso é um grande retrocesso para a educação, ainda mais nesse momento político que estamos vivendo, que a educação claramente não é valorizada. Sem contar outras mudanças na base curricular, como por exemplo, a retirada da BNCC trechos que diziam que os estudantes teriam que respeitar a orientação sexual dos demais e em 2014, o PNE foi aprovado pelo congresso, sem o trecho que se referia a gênero. Ou seja, quem aprova essas leis, não é quem está em sala de aula e sabe o que de fato é necessário. Infelizmente estamos voltando à época que a educação de qualidade para todos, era apenas uma utopia. 

domingo, 11 de junho de 2017

Reflexões de uma professora!

Pensando em gestão democrática, percebo que temos muito caminho pela frente, pois por mais que tentamos modificar essa gestão, ainda precisamos mudar muitas coisas na própria escola, principalmente na relação com o outro. Precisamos mudar os conceitos e descentralizar o poder na figura de uma só pessoa.
Lembrando que poder é capacidade de deliberar, comandar e ou exercer em prol de um grupo e/ou entidade sem a necessidade de anuência de outros.
E dentro da escola precisamos que todos os componentes da comunidade escolar tenham voz e principalmente liderança para mudar o sistema e a própria gestão. Educação não se dá somente melhorando índices para o governo, mas sim na relação com o outro e em como esse sujeito se formará nesse espaço e qual a responsabilidade que esse espaço tem na vida desse sujeito. Precisamos ter políticas educacionais voltadas para a educação e feitas por pessoas ligadas diretamente a educação. Para assim, melhorar essa educação para chegarmos na educação de qualidade que tanto almejamos.

As aulas presenciais oportunizaram um bom debate sobre gestão, educação e gestão democrática, nos fizeram perceber os quantos de monstros ainda precisamos combater. E o quanto precisamos de uma equipe trabalhando junto.




Uma pequena observação: levei a dinâmica do monstro para meus alunos, após a leitura de um livro e falamos sobre os monstros que temos na nossa sala de aula e o que precisamos mudar lá dentro, se cada sala de aula começar a mudar, podemos ter uma nova escola no futuro. Uma brincadeira com muita seriedade, segundo meu aluno do 3º ano.