A
gênese da inteligência para Wallon é biológica e social, ou seja, segundo ele o
ser humano é organicamente social e esta estruturação orgânica supõe a
intervenção da cultura. Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento humano para
Wallon é centrada na pessoa completa. Wallon tem como base a filosofia
marxista, principalmente o materialismo dialético, que é uma corrente filosófica
que utiliza o conceito da dialética para compreender os processos sociais ao
longo da história.
Wallon,
assim como Piaget, defende que o desenvolvimento da criança passa por estágios.
Estágio Impulsivo-emocional, um estágio predominantemente afetivo que vai até 1
ano de idade, aproximadamente. Estágio sensório-motor e projetivo, que se
estende até os 3 anos de idade e é caracterizado pela investigação e exploração
da realidade exterior. Estágio do Personalismo, dos 3 aos 6 anos, que acontece
o enriquecimento do eu e a construção da personalidade. Estágio categorial, dos
6 aos 11 anos aproximadamente, que marca a diferenciação entre o eu e o mundo
exterior, sendo neste estágio que a criança começa a perceber o que é seu e o
que é do outro. E a partir dos 11 anos, o estágio da adolescência, onde a
criança começa a passar por transformações físicas e psicológicas resultante da
ação hormonal.
A
medida que a afetividade se desenvolve, interfere na inteligência e
vice-versa. Afetividade e inteligência são interdependentes. A criança
não é resultado linear do meio em que vive, pois ela vive em vários meios, essa
diversificação é importante para o enriquecimento das crianças. Por isso é
fundamental que o professor tenha conhecimento da sua turma, de cada criança
presente na sua sala de aula, a coletividade e a cooperação é fundamental para
cultivar sentimentos positivos nas crianças, devemos como professores criar um
clima de igualdade na sala de aula. A teórica de Wallon traz uma preocupação
atual, em como devemos construir uma educação para todos, independente da sua
condição e ao mesmo tempo uma educação para cada um, que favoreça o sujeito em
todas suas dimensões. Como aponta Ferreira
e Acioly-Régnier:
Uma educação
comprometida com uma agenda reflexiva busca ampliar e resgatar os fundamentos
da razão formativa, a saber: a humanização. Isso implica novos desafios para
educação e para escola. Dentre eles podemos incluir o questionamento acerca do
lugar da afetividade e suas relações com a cognição no campo educacional. (FERREIRA
e ACIOLY-RÉGNIER, 2010, p. 23)
Por
isso a afetividade tem um papel importante e fundamental nesse processo de
desenvolvimento e de aprendizagem. Um professor afetivo que consegue “chegar”
no seu aluno, se torna muito mais
significado do que o professor “detentor de saber”.
Referências:
FERREIRA, Aurino Lima; ACIOLY-RÉFNIER, Nadja
Maria. Contribuições de Henri Wallon à
relação cognição e afetividade na educação. Educar, Curitiba, n. 36, p. 21-38,
2010. Editora UFPR
GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: uma concepção
dialética do desenvolvimento infantil. 22 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
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