sexta-feira, 22 de junho de 2018

Vamos falar de Wallon, aprendizagem e afetividade!

#WALLON


A gênese da inteligência para Wallon é biológica e social, ou seja, segundo ele o ser humano é organicamente social e esta estruturação orgânica supõe a intervenção da cultura. Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento humano para Wallon é centrada na pessoa completa. Wallon tem como base a filosofia marxista, principalmente o materialismo dialético, que é uma corrente filosófica que utiliza o conceito da dialética para compreender os processos sociais ao longo da história.
Wallon, assim como Piaget, defende que o desenvolvimento da criança passa por estágios. Estágio Impulsivo-emocional, um estágio predominantemente afetivo que vai até 1 ano de idade, aproximadamente. Estágio sensório-motor e projetivo, que se estende até os 3 anos de idade e é caracterizado pela investigação e exploração da realidade exterior. Estágio do Personalismo, dos 3 aos 6 anos, que acontece o enriquecimento do eu e a construção da personalidade. Estágio categorial, dos 6 aos 11 anos aproximadamente, que marca a diferenciação entre o eu e o mundo exterior, sendo neste estágio que a criança começa a perceber o que é seu e o que é do outro. E a partir dos 11 anos, o estágio da adolescência, onde a criança começa a passar por transformações físicas e psicológicas resultante da ação hormonal.
A  medida que a afetividade se desenvolve, interfere na inteligência e vice-versa. Afetividade e inteligência são interdependentes. A  criança não é resultado linear do meio em que vive, pois ela vive em vários meios, essa diversificação é importante para o enriquecimento das crianças. Por isso é fundamental que o professor tenha conhecimento da sua turma, de cada criança presente na sua sala de aula, a coletividade e a cooperação é fundamental para cultivar sentimentos positivos nas crianças, devemos como professores criar um clima de igualdade na sala de aula. A teórica de Wallon traz uma preocupação atual, em como devemos construir uma educação para todos, independente da sua condição e ao mesmo tempo uma educação para cada um, que favoreça o sujeito em todas suas dimensões. Como aponta  Ferreira e Acioly-Régnier:

Uma educação comprometida com uma agenda reflexiva busca ampliar e resgatar os fundamentos da razão formativa, a saber: a humanização. Isso implica novos desafios para educação e para escola. Dentre eles podemos incluir o questionamento acerca do lugar da afetividade e suas relações com a cognição no campo educacional. (FERREIRA e ACIOLY-RÉGNIER, 2010, p. 23)

Por isso a afetividade tem um papel importante e fundamental nesse processo de desenvolvimento e de aprendizagem. Um professor afetivo que consegue “chegar” no seu aluno,  se torna muito mais significado do que o professor “detentor de saber”.




Referências:


FERREIRA, Aurino Lima; ACIOLY-RÉFNIER, Nadja Maria.  Contribuições de Henri Wallon à relação cognição e afetividade na educação. Educar, Curitiba, n. 36, p. 21-38, 2010. Editora UFPR

GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 22 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.


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